Pinguelas garantem travessia entre o passado e o presente

Em mais uma demonstração de resgate e valorização do patrimônio cultural de Picada Café, o município construiu uma pinguela e restaurou outras três, trocando tábuas da passagem, cabos e escadarias de acesso. O município contava com 12 pinguelas ou pontes pênsis, mas atualmente são sete.

As pinguelas fazem parte da infância de muitos cafeenses. Ao visitar a nova pinguela que liga as localidades de Lichtenthal e Esperança, o prefeito Luciano Klein lembrou dos tempos de criança, quando brincava e se aventurava passando pelas pinguelas da cidade.

Enquanto os saudosistas recordam dos bons tempos do passado, a nova geração tem a oportunidade de conhecer as sempre charmosas pinguelas, cujo balanço diverte alguns e assusta aqueles que têm medo de altura.

O responsável pela manutenção das pinguelas é o servidor municipal Ricardo Laux, popular Kade. Com experiência e dedicação, ele demonstra alegria pelo trabalho que faz e seu maior orgulho é a construção de uma pinguela com mais de 80m.

Um pouco de história

A arquiteta Ingrid Arandt diz que as pinguelas de Picada Café sempre serviram para atender a travessia do rio Cadeia e de seus afluentes. “No início, todas as pinguelas eram construídas pelos moradores locais, com madeiras rudimentares, e serviam para facilitar o contato entre várias áreas do município”, explica.

Relatos de moradores locais revelam que as pinguelas são estruturas com mais de 80 anos e, portanto, importantes elementos urbanos de transição entre os dois lados dos rios e arroios da cidade, tornando-se referências na vida cotidiana das pessoas.

Ingrid salienta que as pinguelas de madeira pertencem a um grupo de estruturas urbanas muito peculiares, com usos e funcionalidades importantes para a comunidade. “As pinguelas constituem um Patrimônio Cultural de alta relevância para o município e por isso precisam ser preservadas”, conclui.